tag:blogger.com,1999:blog-18725789143331769622024-03-13T20:16:41.715-07:00BANGALÔ DA CULTURAIDENTIDADE CULTURAL: CAPOEIRA - MESTRE COBRINHAUnknownnoreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-1872578914333176962.post-79476594382321647272010-12-06T13:07:00.001-08:002010-12-13T16:27:37.120-08:00MESTRE COBRINHA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
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<div style="text-align: center;"><strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">MESTRE COBRINHA</span></strong></div><div style="text-align: center;"><strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">UM GUERREIRO À FRENTE DO QUILOMBO</span></strong></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
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<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: large;">O dia quatorze de Janeiro de mil novecentos e setenta e nove marca os primeiros passos de Edmilson dos Santos – Cobrinha - na capoeira, o início foi conturbado, já que a sua família marginalizava a arte. Aos quatorze anos saiu de casa e refugiou-se num circo, anos mais tarde, ingressou no Exército brasileiro – A escola da ordem e da disciplina. Em pleno dia das mães bateu à porta "<em>o filho pródigo</em>"; retornou a casa donde saiu com a cabeça erguida e centrada nos seus objetivos e não fora visto como o "marginal" que pressupunham, mas o guerreiro à frente da batalha - o líder da sua trilha.</span><br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/_tLFEqT-m03E/TPxkt9OLCoI/AAAAAAAAADU/vEMGcEudGhE/s1600/Entrevista+com+o+Mestre+Cobrinha+%25287%2529.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" height="320" ox="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_tLFEqT-m03E/TPxkt9OLCoI/AAAAAAAAADU/vEMGcEudGhE/s320/Entrevista+com+o+Mestre+Cobrinha+%25287%2529.JPG" width="237" /></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: large;">A capoeira sempre foi a sua paixão, seguindo-o desde as rodas no antigo Mercado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sete Luz -</i> as rodas realizadas na <em>Associação Desportiva e Cultural de Capoeira Guerreiros do Quilombo</em>. Especializou-se na arte capoeira, ministra cursos e palestras – dentro e fora do Brasil, além de desenvolver e participar de projetos sociais voltados à disseminação da cultura Afro-brasileira. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">menino cobrinha</i> cresceu, tornou-se Mestre e ícone importante da capoeira, conquistando no campeonato brasileiro realizado em São Paulo o título de terceiro melhor capoeirista do Brasil.</span><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div class="blogger-post-footer">tocacultura@hotmail.com - mestre cobrinha - pesquisadoras do cale-se</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1872578914333176962.post-61933791474159574702010-12-06T11:33:00.005-08:002010-12-06T13:05:23.892-08:00ENTREVISTA COM O MESTRE COBRINHA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O QUE É A CAPOEIRA?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Capoeira pra mim é luta, arte, esporte, lazer, educação, é vida. A capoeira é o meu meio de sobrevivência.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">VOCÊ VIVE DA CAPOEIRA?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Vivo de capoeira.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">COMO SURGIU A SUA PAIXÃO PELA CAPOEIRA?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Em 79, tinha um mercado – Hoje Tales Ferraz- mas era chamado de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mercado Sete Luz, </i>na época o mercado Sete luz era <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Rua Santa Rosa, e ali, foi a primeira roda de capoeira que eu vi, Dalí eu já me contagiei – tomou conta de mim até hoje. Nessa trajetória capoeirística, só vou parar quando eu morrer.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">DIFICULDADES?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Falta de apoio, valorização da própria comunidade – comunidade brasileira – não falo nem no bairro América – comunidade do Brasil. Agente tem que se dar valor pra depois valorizar alguém de fora. Então, aí tem<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a situação da valorização. Então, alguns obstáculos que agente enfrenta: a valorização, apoio – principalmente dos governantes- quem pode nos apoiar cruza os braços. É difícil viver de capoeira. Eu vivo de capoeira, porque na capoeira eu me viro nos trinta, vendo berimbau, pandeiro, blusas...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">QUANDO VIAJA PARA DIVULGAR A CAPOEIRA DENTRO E FORA DO BRASIL, RECEBE PATROCÍNIO?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Eu como brasileiro me decepciono <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>com o Brasil, entendeu? – INFELIZMENTE- Porque a aceitação fora do país com a capoeira é boa. O brasileiro que sai daqui pra lá não quer mais voltar pro Brasil.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O POVO BRASILEIRO É PRECONCEITUOSO?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- ah, sem dúvida nenhuma, principalmente o preconceito com a sua própria cultura, né? Quando agente não conhece o que é nosso tem que buscar e procurar conhecer pra poder saber se defender. As pessoas ainda têm preconceito, falam de algo que não conhecem. Como você vai falar de ou elogiar algo que não conhece?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">JÁ PENSOU EM ALGUM DIA PARAR DE PRATICAR A CAPOEIRA?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Não. Essa pergunta já passou na minha mente, mas eu acredito que não vou parar. Quem vai dar um freio nisso aí é o pai maior – nosso senhor Jesus Cristo – Quando chegar a hora da realidade – que é a morte – vai dar um freio, mas não vai impedir que esse trabalho do mestre cobrinha continue vivo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">QUAL A RELAÇÃO ENTRE MESTRE COBRINHA E OS PROJETOS SOCIAIS VOLTADOS PARA A CAPOEIRA?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- Surgiram projetos – e não projetos de capoeira – Projetos sociais onde eles contratavam professores de capoeira, dança, hip hop, futebol... Então, são projetos sociais e não projeto totalmente voltado à capoeira. Eu tenho um projeto próprio que se chama <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sementes do Amanhã</i>, mas ainda tem que passar por toda tramitação pra saber se ele foi aprovado ou não. E hoje, agente trabalha com projetos sociais que vem da prefeitura, vem do governo federal, do governo do estadual, mas que não é exclusivamente – especificamente- pra capoeira. São projetos para a comunidade. É o caso do PELC – Programa de Esporte e Lazer da Cidade – é um programa do ministério dos esportes.</span><br />
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O QUE MAIS LHE ENTRISTECE?</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">- O que mais me entristece é a falta de apoio do público – do povão. Esse povo que apóia os políticos deveria apoiar a gente. A capoeira é nossa. Patrimônio cultural do povo brasileiro. Você pode ser forte, mas alguém tem de estar ao seu lado, se o público não te apóia... Você cai. A capoeira não precisa de ninguém, pelo contrário, o povo precisa da capoeira. Hoje a capoeira está nas melhores Universidades do mundo. </span><br />
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"A capoeira me completa, mas eu não completo a capoeira".</div></div><div class="blogger-post-footer">tocacultura@hotmail.com - mestre cobrinha - pesquisadoras do cale-se</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1872578914333176962.post-40613658181952621362010-12-04T07:50:00.000-08:002010-12-16T17:08:30.115-08:00A IDENTIDADE CULTURAL - EM QUESTÃO<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> <br />
<i><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"> </span></i><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: large;"> Este trabalho refere-se às propostas previstas pela disciplina optativa Identidades Culturais na Pos Modernidade, do curso de Letras Português e Respectivas Literaturas da Faculdade São Luís de França, ministrada pela professora Doutora Vilma Mota Quintela. Ele foi realizado pelas acadêmicas Ana Moura, Deise Cristiane e Maria Tamires, durante o presente período acadêmico. </span><br />
<span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: large;"> A pesquisa de campo promoveu-nos um aprendizado mais incisivo e dinâmico. E, através da entrevista com o mestre de capoeira Cobrinha, podemos perceber as dificuldades de um profissional que dissemina a cultura e contribui para a manuntenção da identidade cultural em questão, o que nos ajudou a conhecer a trajetória deste ícone cultural, a sua postura social e ética.</span><br />
<span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: large;"> Apesar de todo o legado artístico, ele não recebe a valorização e o reconhecimento merecidos profissionalmente. Por isso, utilizamo-nos deste blog como ferramenta de divulgação do trabalho do mestre Cobrinha, destacando-o como fonte cultural enquanto um estudioso da arte secular e divulgador a nível global do histórico da capoeira - a arte - luta desenvolvida no Brasil pelos negros trazidos da África. </span><br />
<span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: large;"> Baseando-se na teoria de Stuart Hall, o primeiro “infectante” da identidade cultural é a nacionalidade e cultura local em que o homem é inserido desde o nascimento. Percebe-se que o indivíduo é identificado pela parte do globo terrestre onde ele nasce, imprimindo nele marcas sociais que remetem aspectos culturais -desprendidos de qualquer pressuposto genético. Entretanto, a conectividade entre o indivíduo e a nacionalidade é intrínseca - e politicamente falando importante para produzir um significado histórico-cultural para o ser humano, além de criar um mecanismo de organização e padronização social, a exemplo do “sistema educacional” e a “língua vernacular como meio dominante de comunicação em toda nação”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"> Tirando as máscaras da cultura nacional, matando o instinto forçado de veneração a pátria e despindo a identidade refletida nos símbolos, têm-se fios – visíveis a poucos – que manipulam as ações e <i>virtuam</i> “a concepção que temos de nós”. Atrás dos filmes da história nacional – além de produção - existe “a cadeia da ideia”, em que o indivíduo esta voltado ao reflexo de outrora e condicionado a abraçar as identidades da sua cultura - seguindo as sobras do passado imortal. O poder da sociedade esta concentrado num controle remoto de identidades culturais; tudo que pensamos e fazemos é previamente imaginado e programado; Benediet Anderson (1983) diz: <i>a identidade nacional é uma “comunidade imaginada”. </i></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: large;"> O mecanismo de controle das identidades culturais consiste-se primordialmente em disseminar a história nacional através dos dispositivos de mídia, tornando-a viva, enraizada e bem regada, e assim, concedendo significado e importância a existência humana, frisando a <i>ênfase as origens e a continuidade das tradições. </i>Deve-se ter em mente três conceitos ressonantes daquilo que constitui uma cultura nacional como uma “comunidade imaginada”: <i>as memórias do passado; o desejo por viver em conjunto; a perpetuação da herança.</i></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: large;"> A metodologia aplicada constituiu-se em: Entrevista com o mestre Cobrinha, filmagem, fotografias, pesquisas na internet e leitura de livros durante a disciplina de Identidades Culturais sob a orientação da professora Vilma M. Quintela, abordando discussões teóricas e breves considerações - na perspectiva de Stuart Hall - acerca das Identidades Culturais na pós modernidade.</span><br />
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<span style="font-family: Times; font-size: large;">Palavras-chave: identidade cultural, capoeira, Mestre Cobrinha.</span><br />
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</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span></div><div class="blogger-post-footer">tocacultura@hotmail.com - mestre cobrinha - pesquisadoras do cale-se</div>Unknownnoreply@blogger.com2